• Patrícia Marx fala sobre sexualidade: “Eu vivi essa coisa esquisita de me reprimir”

    Patrícia Marx fala sobre sexualidade: "Eu vivi essa coisa esquisita de me reprimir"
    Patrícia Marx fala sobre sexualidade: “Eu vivi essa coisa esquisita de me reprimir” (Foto: Reprodução/Instagram)

    Patrícia Marx deu uma entrevista à revista Quem e contou sobre como foi o processo de enfrentamento do machismo e aceitação de sua sexualidade.

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    Patrícia comentou que um grande desafio era vencer o machismo e a imagem de “menina” que as pessoas tinham dela. “Tanto no meio artístico como fora dele, os homens sempre queriam estar acima das mulheres e invalidar as que não se deixavam ser controladas por eles. Enfrentei muito esse machismo. Fui criada para agradar os outros”, explicou ela.



    “Mesmo quando trabalhei com o pai do meu filho, que foi supergeneroso comigo e sempre me incentivou muito, eu ainda tinha discussões porque não conseguia fazer do meu jeito. A verdade é que só consegui colocar limites em relação a isso recentemente”, revelou Patrícia, que foi casada com Bruno E. por 18 anos e teve Arthur, hoje com 21 anos.

    Hoje, com 46 anos, Patrícia é lésbica assumida e vive o primeiro relacionamento com uma mulher. “Me permiti viver isso também porque vi que as relações com os homens não davam certo. Eu tinha interesse em mulheres desde a adolescência, mas reprimia isso porque fui educada em uma época homofóbica que fazia das lésbicas uma chacota. Eu tinha medo”, contou ela.

    “Lutava contra mim, me agredia, não gostava de mim mesma, achava que era errado e feio… Eu vivi essa coisa esquisita de me reprimir. Me sentia incompleta e com um vazio mesmo tendo uma carreira, um filho e uma casa. Depois de muitos anos de análise, me permiti experimentar e ver se aquilo era um desejo real. Mudei a minha cabeça e a minha vida. Nunca estive tão liberta”, disse.

    A cantora, que revelou sua sexualidade por meio do Instagram, comentou como foi a decisão de se assumir. “Antes disso, eu falei com a minha família e com meu filho. Mandei uma mensagem enorme para os dois. Meu filho respondeu que não era ninguém para me julgar e disse que se eu estava feliz, ele também estava. Ele era a pessoa mais importante que precisava ouvir o feedback.”

    “Com a minha mãe, tive muito receio. Achava que ela fosse me julgar ou parar de me amar porque ela foi criada em uma família católica, mais conservadora e em uma sociedade homofóbica. Ela ainda teve um tempo para entender, mas também me disse que o que mais importava era a minha felicidade e que abençoava meu namoro. Depois que as duas pessoas mais importantes para mim já estavam sabendo, resolvi contar para o mundo no dia do meu aniversário”, contou Patrícia.

    A artista também comentou sobre sua primeira namorada, Renata Pedreira. “A gente se conheceu por meio de uma amiga em comum. A Renata viu uma foto minha na casa dessa amiga e falou que queria me conhecer. Eu ia fazer um show e elas compraram o ingresso. No final, o show acabou não rolando e essa amiga me ligou dizendo que queria me ver e me apresentar para a Renata. Nos conhecemos em um jantar. Não aconteceu nada, mas ficamos amigas”, disse.

    “Começamos a nos seguir no Instagram e conversar. Foram dois meses de conversa, mas eu tinha muito medo. Ela foi em todos os shows do Trem da Alegria, a gente começou a sair pra tomar café… Comecei a sentir atração, mas ainda o medo me limitava. Mas a Renata foi me conquistando até não dar mais para segurar”, concluiu ela.

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